Em 29/11, a TSKF esteve em peso no 7th International Cup Brazil of Kung Fu atuando em duas frentes: competindo como sempre em formas e também com seu Time de Arbitragem de Kuo Shu. Foram duas frentes desafiadoras e muito gratificantes, cada uma à sua maneira.
Mas, especialmente dentro do Kuo Shu pude ver algo que teremos que mudar no Brasil, apesar de ser algo que não acontece apenas aqui.
Creio que ouvimos na maioria esmagadora das academias, institutos, centros de treinamento, etc., onde o Kung Fu é ensinado, a valorização do comportamento de artista marcial. Somos incentivados, via Arte Marcial, a assumirmos um comportamento mais nobre. Sermos respeitosos, observar a ética marcial, sermos educados, valorizar a etiqueta marcial, fazer reverência, etc. Em resumo, ter "Wu De", termo em chinês que pode ser traduzido como Ética Marcial.
É interessante observar, tanto pela internet, como fora dela, uma preocupação de Mestres e Professores em passar isso para os alunos, com o objetivo de valorizar o Kung Fu como um caminho para o desenvolvimento humano e para colocar os praticantes da arte como pessoas de comportamento elevado.
Mas no calor das competições, ou meramente pela inexperiência nelas, vi alguns casos sendo o exatamente oposto. De forma alguma quero culpar o eventual desconhecimento das regras do Kuo Shu, algo que estamos ainda apenas começando a disseminar no Brasil.
É preciso alinhar o discurso com a prática. É isso que fará o Kung Fu se fortalecer e crescer.
Para quem lê este post, pode ficar a impressão que o evento foi marcado por muitas situações ruins. Mas foi muitíssimo pelo contrário. À parte disso, tivemos lutas muito boas no Kuo Shu e um evento de primeira linha para todos os participantes e foi um privilégio poder trabalhar nele com parte de nosso Time de Arbitragem. Eu diria que tivemos 90% de coisas boas e os 10% restantes como coisas a melhorar em frentes de de arbitragem, atletas e técnicos.
E estas "a melhorar" já tem uma fórmula para concretizarmos a evolução: insistir em fazermos as lutas de Kuo Shu da maneira correta. Sempre que possível sinalizar o que é certo e ceifar o errado (como nas paradas das lutas para sinalizar os coachs que deveriam ficar em silêncio). E dividir o conhecimento com quem quer que esteja interessado. Sobre este ponto, é a grande motivação para seguirmos com nosso trabalho de Arbitragem na TSKF e buscarmos também um maior grau de preparação e precisão. Sabemos que não somos perfeitos e nem que dominamos tudo o tempo todo. Por isso treinar, como qualquer outra atividade do Kung Fu, é preciso. Mesmo que seja "apenas" o Wu De ou Regras de Kuo Shu.
Para ilustrar o post, uma luta que encontrei no Você Tubo...
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