quarta-feira, 2 de novembro de 2016

TSKF Entrevista #3

Hoje estamos recebendo para a nossa Terceira entrevista o Shifu Anderson Cunha, sócio e instrutor da TSKF.

O Shifu Anderson começou a treinar Kung Fu aos 13 anos de idade. Pouco antes de completar 15 anos, em 2005, começou a dar aulas na TSKF Matriz.

Um dos melhores atletas da TSKF, já disputou diversos campeonatos fora do estado e do país. 

Conquistou diversas premiações em competições no Brasil e no exterior e, como um marco em sua história, conquistou em 2006, junto com o time de competições da TSKF em Baltimore (USA), o título de 3º melhor time do U.S. International Kuo Shu Championship Tournament.

Em 2007 se graduou faixa preta e em 2009, ajudou a abrir sua primeira filial, a TSKF Mooca.

Autor do e-book “Formando Campeões: Os 10 Passos da Vitória”, lançado em 2014 e que pode ser baixado gratuitamente no site da TSKF. Ainda em 2014 foi graduado 4º Tuan pelo próprio Mestre Gabriel, conquistando assim o título de Shifu.

=============================================================

Shifu, a partir de qual momento você identificou a vontade de participar de Campeonatos?

Quando passei para a faixa azul em março de 2004, comecei a treinar com mais vigor simplesmente pelo fato de saber que logo eu aprenderia o taolu de bastão, que é uma das formas que eu mais gosto de fazer até hoje. Nesse mesmo período comecei a participar das aulas de campeonato, onde os alunos apresentam suas técnicas e os professores davam dicas de como melhorar e fazer uma boa competição. Perdi a vergonha de me apresentar e comecei a ter gosto pela apresentação e competição.

Na sua época de aluno, você tinha alguém como referência, que você almejava ser igual?

Como referência eu tinha os alunos mais graduados da unidade da qual eu treinava (Pinheiros, hoje Vila Madalena), na época só tinha um final de semana de exame e sempre no exame de domingo às 11 horas, o Mestre Gabriel comandava demonstrações dos alunos graduados da Matriz, foi quando eu vi os recém campeões em Baltimore Diego e Maeda. Foi sensacional vê-los fazem as formas, momento da qual eu nunca esqueço.

Você sempre recebeu o apoio de seus pais para treinar o Kung Fu?

Eles sempre me apoiaram, meu pai era o que mais me cobrava, quando eu faltava em algum treino ele sempre me dava bronca. Quando comecei a competir meus pais me acompanhavam também.

Você era aluno e atleta, o que aconteceu para você se tornar instrutor?

Eu simplesmente me apaixonei pelo Kung Fu, quando os meus professores me pediam ajuda como, por exemplo, fazer aplicação com um aluno mais novo, eu imaginava o quanto seria legal poder realmente ser um professor de Kung Fu, a partir disso, essa vontade foi cada vez aumentando, até que o Mestre me chamou para dar aulas na matriz.

Nessa fase de instrutor, você sentiu alguma diferença na sua técnica?

Eu sempre fui exigente comigo mesmo e você passar um conhecimento para alguém é uma grande responsabilidade. Quando eu me tornei instrutor eu treinava as técnicas não só por mim, mas também pensando em como ensinar, vendo detalhe por detalhe, tentando entender para que serve determinado movimento, para que o aluno pudesse aprender da melhor maneira possível, naturalmente isso transpareceu nas minhas técnicas de competição.

O que lhe motivava a dar aulas de Kung Fu antigamente? E o que lhe motiva a dar aulas de Kung Fu hoje?

O que me motivou e me motiva até hoje é o amor que sinto pelo Kung Fu.

Você se tornou Shifu muito jovem, o que isso lhe representa?

Fui uma grande surpresa, não imaginava que pudesse acontecer “tão rápido”. Quando fui graduado 4º tuan, inúmeras perguntas e medos passaram em minha cabeça, a principal delas era: E agora? O que eu faço?  É uma tremenda responsabilidade, afinal de contas, eu assim como os outros Shifus, representamos o Kung Fu de nossa escola, representamos o nosso Mestre Gabriel, levamos conosco a missão de não deixar o estilo e espírito da TSKF morrer e conseguir passar tudo isso para as próximas gerações. Realmente o Kung Fu não é apenas chute e soco, Kung Fu é desenvolvimento humano, pois aquele que pretende ser um Shifu e consequentemente Mestre, deve buscar a constante evolução pessoal. Às vezes buscar essa evolução, requer esforço, “batidas de cabeça”, muita reflexão, procurar enxergar e aprender com os próprios erros e assim, poder passar toda essa experiência para os alunos.

O que você diria para alguém que tem como objetivo se tornar um grande atleta de Kung Fu?

Primeiro a pessoa deve escutar as orientações do Professor/Shifu/Mestre.
Ter humildade em reconhecer seus defeitos técnicos e procurar evoluir. E também aprender com os que estão acima de você em questão técnica.
Ser paciente com o tempo de seu Professor/Shifu/Mestre e com o próprio tempo de sua evolução
Ser perseverante nas dificuldades, nunca se dar por satisfeito, até porque, o você é hoje, pode não valer nada amanhã.

Sendo Professor e Atleta de Kung Fu, qual é o seu maior sonho dentro desta Arte?


Eu tenho três sonhos a conquistar, o primeiro é ser eleito o melhor atleta do campeonato de Baltimore nos EUA, o segundo é ser campeão mundial e o terceiro é poder fazer uma demonstração solo na China para um ginásio lotado.

Tendo participado de tantos Campeonatos fora do Brasil, o que falta para o Brasil se tornar uma referência em Campeonatos de Kung Fu?

Em questão técnica, ao meu ver nós brasileiros já estamos no topo do Kung Fu tradicional.
A nossa escola sempre representa muito bem nos campeonatos pelo mundo a fora, e também vejo outras escolas muito boas também fazer um excelente trabalho e conquistando diversos títulos.

Como você vê a TSKF daqui 10 anos?

Eu vejo a TSKF como a maior, melhor e mais bem sucedida academia de Kung Fu tradicional de todos os tempos.

Obrigado!


www.tskf.com.br/academias

Nenhum comentário:

Postar um comentário