terça-feira, 23 de novembro de 2010

Árbitro Central não cai

Durante o treino do Time de Arbitragem deste final de semana, tivemos uma dúvida levantada: e se o Árbitro Central cair durante a luta, o que fazer?

Minha resposta foi rápida e dura: Árbitro Central não cai. Não é necessário investir tempo pensando em possibilidades que não acontecem.

Claro que a resposta é meio absurda, mas tem uma linha de pensamento que podemos aplicar para qualquer área da vida, envolvendo o Kung Fu ou não.

Naturalmente, uma pessoa atuando como Árbitro Central pode cair sim, em virtude de um desequilibrio, trombando com um ou os dois lutadores, caindo do Lei Tai, etc. Porém, se preparar para isso é um equívoco, ao meu ver.

A queda do Árbitro Central não é algo inerente à atividade, mas um risco bem pequeno comparado à outras situações enfrentadas. Se nos prendermos as pequenas possibilidades de falha e tomarmos todas as precauções para que ela não aconteça e estejamos seguros, fatalmente vamos perder na dinâmica da luta e na beleza do evento.

Todos os nossos Árbitros Centrais que trabalharam até aqui estavam devidamente preparados para assumir esta tarefa em cada evento, de forma que tinham em mãos todo o conhecimento e habilidades necessárias para desempenhar a função de forma adequada. Mais do que seguir protocolos, eles sabiam o que era preciso para que as lutas caminhassem devidamente.

Ou seja, eles sabiam onde era preciso chegar e sabiam que tinham o necessário para chegar lá.

Claro que coisas inusitadas acontecem, como da vez onde o Luiz Fabiano foi atingido no nariz por um lutador mais afoito.

A reação dele (do Luiz, não do lutador) foi algo parecido com "Árbitro Central não cai". Com o nariz sangrando e com cara de que nada disso era com ele, ele permaneceu arbitrando a luta até o final, quando fizemos um troca de árbitro, seguindo o procedimento normal (e proporcionalmente demorado). Somente após isso fizemos o corre corre com gelo, médico, avisa a família, etc, etc...

Não devemos nos preparar para enfrentar o Imponderável. Devemos nos tornar fortes para atingir nosso objetivo e, se acontecer o Imponderável, o enfrentaremos da melhor maneira possível.

Imediatamente após a conclusão do curativo, o Luiz voltou a arbitrar, mostrando que a força dele era muito maior que o receio de um novo Imponderável.

Quando tomamos a verdadeira decisão de fazer algo, nos comprometemos com aquele objetivo. Mesmo sem saber totalmente o que pode acontecer, ainda assim devemos seguir em frente até atingir o ponto que desejamos.

Mas se cair no percurso, é só levantar e continuar, aprendendo com o processo. Sendo Árbitro Central ou não.

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