Naturalmente, quando assistimos um telejornal, ou lemos algum artigo sobre nosso funcionamento cardíaco, dentre as recomendações para o controle da saúde desse importante sistema de nosso corpo, exercícios físicos estão sempre citados. Realmente, a prática de uma atividade física, é um dos fatores mais importantes para a regulação da fisiologia cardíaca, mas de que tipo de exercício estamos falando? E qual a razão com que estes influenciam nas características de nosso coração?
Para respondermos essas dúvidas, é preciso conhecer um pouco mais nosso corpo, mais especificamente, sobre o funcionamento de nosso sistema cardiorrespiratório. Brevemente, basta que saibamos o papel de nossa respiração sobre o sangue e a influência do transporte sanguíneo sobre o coração.
Quando inspiramos, aspiramos uma variedade de gases atmosféricos que serão transportados até nossos pulmões. Nos pulmões, o oxigênio é separado desses gases, e os gases que não nos foram importantes, são liberado na expiração. Além desse tipo de respiração, que é denominada respiração pulmonar, existe um outro tipo de respiração, (que é a que nos interessa) que dificilmente é compreendida pela população, a Respiração Celular.
Quando dizemos que o oxigênio é extraído dos outros gases que respiramos, estamos nos primórdios da respiração celular. Mais precisamente nos alvéolos pulmonares, cada molécula de oxigênio é depositada em nossa corrente sanguínea e ligada a uma hemoglobina (glóbulo vermelho) que cumpre o papel de transportar esse oxigênio para suprir cada célula de nosso corpo. Do mesmo modo, os glóbulos vermelhos presentes no sangue, se encarregam de transportar os restos metabólicos(como a gás carbônico) de cada célula. Quando os restos são moléculas de gás carbônico, ele é levado até os alvéolos pulmonares para ser extraído do sangue e ser eliminado pela expiração.
Onde nosso coração entra nessa história toda? Ele simplesmente é a máquina que realiza o processo mecânico de circulação sanguínea. Seus músculos (chamados de miocárdio) sofrem contrações que produzem o bombeamento que tanto nós conhecemos.
Se para treinarmos e ganharmos força no bíceps, fazemos exercícios localizados a fim de hipertrofiá-lo (ver artigo Hiperplasia x Hipertrofia) com o músculo cardíaco não é diferente. Quanto mais o treinamos, mais aumentamos sua capacidade volumétrica, alcançando altos níveis de aptidão física. Alguns tipos de exercícios, como o Exercício Aeróbico, contribuem fortemente pra isso, pois trabalham os grandes músculos do coração durante pelo menos 20 minutos.
Hipertrofiando o miocárdio, aumenta-se a volumetria sanguínea, ou seja, o coração começa a suportar cada vez mais volume de sangue, bombeando cada vez mais oxigênio, tornando a circulação mais eficiente.
Estudos mostram que a atividade física regular, contribui para a queda da freqüência cardíaca em estado de repouso, e um coração que bate lentamente é energeticamente mais eficiente do que um com batimentos rápidos. E com o aumento da eficiência circulatória, aumenta também a quantidade de hemoglobina, levando a formação de novos capilares sanguíneos nos músculos do nosso corpo, melhorando a distribuição de oxigênio.
Agora sim podemos entender porque os exercícios podem ajudar a combater e prevenir várias doenças cardíacas como taquicardia, arritmia, hipertensão, insuficiência cardíaca dentre outras que constantemente escutamos espalhadas pela mídia.
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