domingo, 29 de julho de 2012

O Antes e o Depois


Bom galera, já está no SGA. No dia 23/09 vamos fazer nossa festa de inauguração da TSKF Barro Preto! Decidimos esperar um pouquinho para fazer a festa, visto o bom exemplo dado por outras unidades, como Santo André e Moema. Fazendo desta forma, os nossos alunos daqui poderão participar e ver como fazemos (e gostamos de fazer) nossas comemorações da TSKF.

Conto com a presença de todos os nossos alunos do Barro Preto e também com toda a galera de São Paulo. Quem for precisar de informações adicionais, creio que as orientações abaixo poderão ajudar:

Vou de carro
Pegue a rodovia Fernão Dias e siga o fluxo. Após a rodovia terminar, você entrará na Av. Amazonas. Ao ver a academia do seu lado esquerdo, procure um lugar para estacionar. Sim, é fácil deste jeito.

Aqui tem um mapa para acessar a rodovida, que foi a parte mais difícil da viagem de carro, quando eu a fiz uns meses atrás.

Vou de avião
Tanto de Congonhas quanto de Guarulhos, existem diversos vôo em direção à Confins, que é o aeroporto "oficial" daqui. Existe o aeroporto da Pampulha, mas há pouquíssimos e caros vôos para lá. A má notícia é que Confins é uma cidade vizinha de BH, distante cerca de uma hora.

A boa notícia é que você não precisa usar apenas o táxi para se locomover da Confins até BH. Você pode usar a Conexão Aeroporto da Unir. No mapa, eu marquei onde você deve pegar este ônibus que te deixará na Rodoviária, que fica a uns 15 minutos de caminhada da academia, como você pode ver aqui.

Hospedagem
Se alguém planejar passar o final de semana por aqui e conhecer mais de BH, pertinho da academia tem um bom hotel-flat, que é o Niagara. A diária com café da manhã sai por volta de R$ 170,00.

Existem alguns Hostels na cidade com diárias bem mais baratas.

Caso alguém precise de mais informações ou de qualquer coisa mais específica, só avisar!

Para ilustrar este post escolhi duas fotos: uma do nosso site, que mostra como a academia está hoje e uma, feita no primeiro dia da reforma. Acho que essas duas fotos, acima de tudo, mostram como levamos a sério a preparação das nossas academias que recebem nossos alunos.



domingo, 22 de julho de 2012

O sonho de Jiao Li - Parte III



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Se você ainda não leu a Parte I, pode ler aqui.
Se você ainda não leu a Parte II, pode ler aqui.
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O sonho novamente mudou e era madrugada. O dia havia terminado, a noite se seguia e um novo dia se anunciava. Mas Jiao Li estava contemplando o céu estrelado. Tudo foi resolvido com a vila e com seu grupo e uma aparente tranquilidade voltou a reinar. Mas Bao Cheng avisou que queria conversar com ele após o café da manhã deste novo dia...Isso foi o suficiente para que o sono lhe fugisse.

No início da Hora do Coelho, ele viu uma movimentação em um espaço entre as tendas. Com medo de se tratar de novas surpresas, foi rápido e sorrateiro até o local, apenas para constatar que era o cozinheiro que já estava de pé, começando a mexer em seus utensílios, preparando o desjejum de todos.

Jiao Li achou estranho, pois se lembrou que autorizou o cozinheiro a levantar-se apenas na Hora do Dragão e ele estava ali, justamente ignorando a ordem que traria à ele mais descanso. Intrigado, Jiao Li se aproximou do cozinheiro e o cumprimentou...

_Oh! Bom dia meu senhor! _respondeu o cozinheiro_ Já de pé? Espero que não esteja passando mal ou qualquer coisa assim. Há algo que eu possa fazer para o senhor? Está com fome?

_Não não, caro cozinheiro. Mas sua atitude me chamou a atenção...Eu havia dado uma ordem informando que poderia acordar mais tarde e, portanto, estar mais descansado para o dia. Por qual motivo decidiu não segui-la?

Jogando-se de joelhos à frente de Jiao Li, ele respondeu:

_Peço perdão, Capitão! Por favor, não foi minha intenção desrespeitá-lo!

_Acalme-se homem! Não vou puní-lo. Só quero saber o que o motivou a agir assim...

_Obrigado, meu bom líder!! Na verdade eu tenho horário bem disciplinado e, como não costumo beber ou jogar à noite com os demais rapazes, me recolho cedo para dormir. Assim, criei o hábito de acordar cedo naturalmente. Mas...bem...

_Diga homem! Fale de uma vez!

Falando apressado pelo nervosismo, o cozinheiro continuou:

_Me desculpe senhor, mas ficar mais um longo período na cama, não me pareceu algo agradável, pois quero muito evoluir para um dia deixar a cozinha e me tornar um soldado, esse é meu grande sonho!! Como o senhor um dia foi! Então eu resolvi continuar acordando no mesmo horário e, após deixar o café da manhã pronto para todos, vou treinar meu Kung Fu, pois sei que se não me aprimorar muito nunca terei uma chance. Pois a Sorte apenas sorri para aqueles que se preparam para ela, não?

Jiao Li ficou emocionado, pois descobriu na simplicidade daquele cozinheiro, um homem que abria mão do descanso para buscar um Sonho! E o Sonho deste homem era "apenas" ser o que ele já foi e lamentava: um soldado. Pensou então que poderia ajudá-lo em seu Sonho...

_Qual o seu nome, cozinheiro? Talvez eu possa ajudá-lo...

_É Bao Cheng, meu senhor.

Incrédulo, Jiao Li custava a acreditar que o cozinheiro e o general tinham o mesmo nome!

Neste momento, Jiao Li estava de volta à sua tenda, mais uma vez como um simples soldado. O sonho acabara e ele havia acordado para mais um dia como soldado.

Será que Jiao Li continuaria sendo o mesmo soldado a partir de hoje?

Ou ele perceberia que apenas o firme Compromisso, a Disciplina constante e um Fogo tal qual o da forja, quente e eterno, seriam capazes de levá-lo ao Triunfo que tanto aspirava?

sexta-feira, 20 de julho de 2012

O sonho de Jiao Li - Parte II


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Se você ainda não leu a Parte I, pode ler aqui.
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Ainda dentro do sonho, ele estava agora acordando, saindo de sua tenda ouvindo um barulho alto e gritos, estavam sendo atacados! Mas o inimigo parecia meio desorganizado e ao mesmo tempo furioso. Pela luz do dia, Jiao Li deduziu que estavam no começo da hora do Dragão e muito soldados foram atacados ainda dentro de suas tendas! O próprio Jiao Li só não foi ferido pois sempre dorme com sua espada próximo a si e isso o permitiu salvar vários soldados de tendas próximas que ainda estavam se levantando.

Felizmente, um batalhão vizinho ao seu mandou reforços e rapidamente os invasores foram contidos e, seu líder, preso e levado à presença de Jiao Li.

"Quem é você por quê nos atacou?" perguntou um irado Jiao Li
O homem, meio choroso, respondeu:
"Meu nome é Yu Wan senhor. Sou o líder da vila ao lado. Nosso povo decidiu atacar o senhor pela ofensa que seu batalhão nos fez recentemente. Sou um homem de paz, mas devo cumprir com meu dever quando é necessário!"
"Ofensa? Do que está falando homem?! Nós estamos aqui em paz com vocês, somos do mesmo reino!"
"Sim, somos. Entretanto, seus homens, nos últimos dias, passaram a nos pagar menos pelas mercadorias que fornecemos e a pegar suprimentos sem pagar nada por isso, dizendo que isso seria visto depois. Fomos tolerantes nos primeiros dias, mas depois disso, a situação ficou insustentável, pois temos nossas crianças para alimentar e precisamos do dinheiro para comprar outras mercadorias que não dispomos em nossa vila."

Jiao Li mandou então chamar o responsável pelas despesas, que atendeu prontamente, mas meio espantado com tudo.

"Senhor, paguei tudo e registrei nos pergaminhos, como sempre faço. Talvez tenha deixado de lado um ou outro registro de menor importância, afinal, damos tanto dinheiro para a vila que um pouco a mais ou a menos não fará diferença, certo? Deixe-me ver os registros..." Passou então a procurar algo em uma sacola grande.

Ficou nítido para todos que o contador estava embriagado e não sabia bem o que procurava...Puxou enfim um pergaminho e, entregando a Jiao Li, que em rápida análise, verificou que os registros estavam incompletos, faltando itens no pedido que eram sempre feitos de um mesmo modo. De imediato, pediu desculpas ao líder da vila, chamou seu secretário para que pagasse o homem sem demora, mas que anotasse o nome do contador para que fosse punido posteriormente. O secretário então perguntou ao contador:

"Qual seu nome, desleixado?"

O contador, envergonhado respondeu:

"É Jiao Li, senhor..."

Antes que o capitão Jiao Li pudesse se manifestar sobre a coincidência, um soldado veio correndo a lhe chamar: a tenda médica precisava da presença dele imediatamente.

Deixando orientações para que seu secretário o seguisse, Jiao Li rumou para a tenda.

Ao chegar nela, viu um caos organizado. Pessoas correndo de um lado para outro e ordens sendo gritadas pelo velho médico, há anos cuidando de todos no exército de Bao Cheng. Faltando talvez um ou dois anos para a aposentadoria, o médico nunca mencionou sua vila natal e nunca manifestou nenhum desejo que não fosse cuidar dos que precisavam de sua assistência.

Com a deferência devida aos mais velhos e experientes, apesar de sua autoridade, Jiao Li se aproximou:

_Senhor Yi Sheng, pediu que eu viesse?

Um irritado Yi Sheng respondeu, com a cólera que era longamente conhecida quando havia algo errado:

_Claro que chamei, capitão-menino! Veja, não sei o que anda fazendo com as tropas, mas já vi que seu Kung Fu não serve muito para liderar pessoas! Veja esses homens que foram feridos no ataque que tivemos há pouco!

De fato, haviam alguns homens com ferimentos abertos e sangrando, alguns sendo cuidados, mas aparentemente faltava algo. Nada muito grave, comparado com um verdadeiro campo de batalha, mas ainda assim, que necessitava da devida atenção.

_Muito bem capitão-menino. Você está vendo que os homens estão feridos, alguns sendo cuidados e outros não, apesar de eu ter à minha disposição uma quantidade de enfermeiros que podem cuidar de vários batalhões ao mesmo tempo. Você faz idéia do motivo, senhor-jovem?

Jiao Li balançou a cabeça em silêncio, considerando-se meio tolo por não saber algo tão básico sobre o cuidado de tropas.

_Pois bem eu lhe digo! Eu não tenho como fazer faixas e não tenho como limpar os ferimentos porque não tenho P-A-N-O-S!! É uma coisa muita básica jovem senhor, mas alguém não está fazendo a sua parte e, por isso, não posso fazer a minha! Peço sua ajuda para que alguns traseiros sejam chutados e eu tenha sem demora os panos! Se eu não limpar e tratar as feridas rapidamente, corremos o risco de infecções e, como sabemos, infecções podem levar à morte! O que o General Bao Cheng diria!?

Neste momento o secretário de Jiao Li chegou, num andar apressado, informando que a situação com o contador estava resolvida. O "capitão-menino" o colocou novamente à correr, em busca do responsável pelos panos.

Em poucos momentos o lavador estava na presença do capitão e passou a se explicar:

_Veja bem, meu senhor. Não estamos em ação de guerra neste momento! Assim, qual a necessidade de se manter tantos panos prontos para uso? Depois da semana de folga que o senhor me deu, fiquei a pensar que realmente não precisávamos de tantos panos disponíveis de uma única vez. Assim, deixei nosso estoque de uso ficar no mínimo, até a próxima movimentação de combate. Como poderia saber que seríamos atacados por nossa própria gente?

Yi Sheng se intrometeu na explicação, cansado de tudo aquilo e com a nítida cara de "tenho mais o que fazer":

_Muito bem, muito bem meus jovens. Eu não tenho mais tempo para perder com a displicência de vocês! Senhor secretário, peço que me traga as roupas do Capitão Jiao Li e do nosso lavador, além das roupas limpas que puderem ser encontradas e removidas de suas tendas. Alguns soldados talvez fiquem sem suas calças, outros tenham que ficar seminus, mas não teremos risco de infecção.

E emendou, azedo:

_E tenho certeza que o jovem Capitão concorda com a minha decisão...

Jiao Li ficou muito envergonhado de receber ordens do médico na frente dos outros, mas ficou sem palavras, pois a Razão estava com o velho. Pediu ao secretário que depois, trouxesse o valor que deveria ser gasto para repor as vestimentas. Ele pagaria tudo do próprio soldo.

Passado o momento de constrangimento, virou-se então para o lavador e rosnou:

_Seu nome será anotado, imprestável! Uma coisa é descansar o descanso justo, a outra e tomar decisões que o levam para o caminho mais fácil, no lugar do caminho certo. Diga-me seu nome para o registro!!

_É Jiao Li, senhor...

FIM DA PARTE II

quinta-feira, 19 de julho de 2012

O sonho de Jiao Li - Parte I



Jiao Li era um dos muitos soldados do exército de Bao Cheng naqueles tempos difíceis. Todas as tropas viviam em movimento, defendendo o reino de Yi e também atacando os reinos de Er e Sun, tradicionais inimigos que buscavam anexar os reinos uns dos outros.

Assim, o exército que acompanhava Bao Cheng estava sempre em mudança, vivendo em acampamento as margens de algum povoado durante uns meses, mudando-se para o deserto na primavera seguinte, para voltar ao clima úmido do sul no verão e viver sentindo o cheiro do mar. A mudança era constante para todos. Nas paradas, novos soldados eram recrutados, promoções de patente aconteciam e os mais velhos eram aposentados e enviados de volta para casa, com presentes para ajudar numa velhice tranquila.

Olhando de fora, a vida não era má com Jiao Li. Dono de um bom Kung Fu, sabia movimentar muito bem a lança e era bom com a espada também. Além disso sabia se virar bem usando apenas as mãos esguias tanto para abater os inimigos, como para derrubá-los. Isso o salvou de várias encrencas no campo de batalha. Mas Jiao Li estava infeliz há algum tempo.

Ele queria mais da vida. Queria poder usufruir do bom vinho que era servido aos generais, depois das vitórias no campo de batalha. Queria um soldo maior para poder comprar uma boa casa em sua vila natal. Desejava comandar seu próprio batalhão e responder apenas à Bao Cheng e _por quê não?_ estar no lugar do próprio Bao Cheng.

Mas como chegar lá? O líder de seu batalhão, Deng Wu, não parecia gostar muito dele e vivia lhe dando broncas a respeito de detalhes e coisas de menor importância, mesmo com Jiao Li sendo o melhor do grupo no campo de batalha! Era muita injustiça neste mundo, pensava Jiao Li todas as noites, antes de adormecer sonhando com uma chance de chegar onde queria e todas as coisas que poderia usufruir.

Naquela noite, nas imediações da vila de Xiao Ling, próximo ao lago, ele teve um sonho.

Ele não era mais Jiao Li, o soldado. Ele era o capitão Jiao Li, responsável por vários batalhões, respondendo diretamente ao general Bao Cheng!

Resolveu imediatamente fazer uma vistoria das tropas no acampamento, para começar a mudar algumas coisas que sempre quis. O primeiro a encontrar foi o soldado que cuidava da limpeza de todos os tecidos das tropas. Era um trabalho chato. Encontrou-o à beira do lago, cuidando dos panos do acampamento.

Sabendo que era um trabalho penoso, o capitão Jiao Li deu-lhe folga por uma semana daquela tarefa, deixando-o voltar para ela quando estivesse mais descansado e a fim de cumprí-la. Deixar todos os panos brancos novamente era algo muito trabalhoso, apenas para ficarem sujos novamente.

Após isso, encontrou na porta de uma tenda o oficial menor que cuidava da administração de um batalhão. O oficial cuidava das presenças dos soldados em um pergaminho, além de controlar as despesas do grupo quando compravam suprimentos e outros itens nas vilas próximas. Era um trabalho que não levava muitas
horas e não era exepcionalmente difícil, mas não deveria ter falhas, por isso o tempo consumido com a atenção era redobrado.

Jiao Li mandou que trouxessem o vinho dos oficiais para o homem, para que ele tivesse algum alívio do trabalho árduo e pudesse descansar a mente antes de voltar aos pergaminhos. Jiao Li
sabia do valor do relaxamento durante um trabalho difícil...

Terminando sua ronda, Jiao Li avistou o homem que cuidava do café da manhã de seus batalhões. A primeira refeição dos soldados era relativamente simples: arroz na tigela, carne cortada em bifes e um pão. O cozinheiro deveria acordar mais cedo que todos no acampamento, no começo da hora do Coelho (05h00) para aquecer e servir todos os itens que estavam prontos desde o dia anterior.

O homem fazia seu trabalho de bom grado, mas Jiao Li achava um crime que ele tivesse que acordar antes do sol nascer para deixar tudo pronto para os soldados. Mandou então seu secretário divulgar uma nota, dizendo que a partir daquele dia, o cozinheiro acordaria no começo da hora do Dragão (07h00) para preparar o café da manhã, enquanto os soldados poderiam deixar suas tendas somente quando a hora da Serpente começasse (09h00).

O sonho de Jiao Li mudou de repente, como se um vento frio fora de época levantasse uma poeira espessa diante de seus olhos.

FIM DA PARTE I