Há algumas semanas, uma aluna nova (e muito boa) aqui da Vila comentou comigo ao final da aula, após escutar os avisos sobre o exame, que ela achava meio retrógrado esse formato que adotamos para as avaliações dos alunos.
Refletindo sobre isso devo dizer que talvez ela esteja certa.
Porém...esta metodologia é melhor que qualquer outra que eu conheça.
O exame começa na sua preparação. Diferentemente de outras escolas, não são os instrutores que decidem quando e onde os alunos devem fazer seus exames. O aluno é que deve tomar a decisão de querer mudar de faixa e avançar ao próximo estágio. É curioso, mas só isso já faz com que uma boa leva de novatos desista da academia, por medo de se expor, medo de enfrentar sua insegurança, etc, etc. Creio que isso tem a ver com o fato de que é o aluno mesmo que tem que tomar a decisão de avançar. Não há um agente externo (o instrutor) que decide por ele.
(em tempo: falando sobre medo, eu tenho medo de altura e tenho topado ir com minha esposa no Hopi Hari cuidar deste medo de vez em quando. Aos poucos até que estou me acostumando...)
A continuação do processo do exame vem na preparação para ele. É preciso chegar com uma hora de antecedência em relação ao horário que você marcou o exame. Parece simples também quando escrevo assim, mas não é.
Claro, andar de carro em São Paulo é um desafio e tanto para qualquer um, não é mesmo? Mas se todos os paulistanos sabem disso, por quê não há um preparo adequado para tanto? Não é raro algum aluno perder o horário do exame e, naturalmente, não deixamos ele entrar atrasado. Claro que existem situações atípicas e entendemos quando uma acontece. Muitas vezes elas saem do controle de qualquer um e merecem o tratamento adequado. Mas como eu disse, são situações atípicas. Planejar um caminho alternativo, sair mais cedo, marcar num horário de trânsito mais tranquilo...São várias opções para deixar a experiência do exame mais tranquila.
Outra característica do exame é que ele é fechado para o público. Pais, namorados, namoradas e etc. não podem ver o exame. Cito duas razões simples para isso: se o aluno fica nervoso em fazer as coisas na frente dos instrutores e do Mestre, ele vai se sentir mais confortável fazendo para um público 2 ou 3 vezes maior? Além disso, o exame é um desafio do aluno e não da família dele, portanto, é algo que ele deve enfrentar sozinho, contando apenas com sua habilidade e preparo. Não existem pontos de apoio a não ser em si mesmo. É impressionante como eu vejo muitas pessoas sairem amadurecidas e com a auto estima elevada depois de um exame.
Um último ponto do exame é a avaliação da técnica do aluno. Mas essa é a parte mais fácil e divertida do exame! Não é cobrado nada que não tenha sido passado em aula. As matérias são executadas e avaliadas na mesma ordem que são ensinadas em cada unidade e são avaliadas seguindo os mesmos critérios passados no momento do treino com o instrutor.
Temos assim um desafio particular ao aluno onde 49% tem a ver com a preparação e os outros 49% tem a ver com o treino. Só ter um aspecto destes dois prontos não garante o sucesso, mas ter os dois aspectos prontos permite uma margem de sucesso muito grande. "E os 2% que faltam?" -alguém poderá me perguntar. Deixo 1% para o Imponderável, tudo aquilo que pode acontecer que foge do controle de qualquer um.
O outro 1% deixo para o Lion Man. Nunca se sabe quando ele pode aparecer...
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