Quem sempre está em contato conosco, sabe das formas de pensar e encarar os treinamentos na academia, da persistência necessária ao desenvolvimento da técnica, da paciência, da perseverança, dos objetivos para que se possa chegar a algum lugar dentro do Kung Fu.
Pois é, não é fácil treinar Kung Fu, tanto que sua literal tradução significa trabalho árduo, mas uma vez que você tenha se dado a oportunidade de começar, já teve um vislumbre do que eu estou falando. Infelizmente não é para todos, não porque existam preconceitos ou privilégios, mas porque só existe uma pessoa que pode definir o quanto treinar e aonde quer chegar com isso. Esse alguém é você mesmo. E nem sempre há a devida harmonia para definir com clareza o que você quer fazer da sua vida, principalmente no primeiro dia de aula.
Adoro a história do começo do treinamento do Shi-fu Gabriel, que pisou pela primeira vez na academia, e na recepção passava um vídeo de artes marciais e ali mesmo ele matou a charada: era aquilo que queria fazer pro resto de sua vida e o melhor: na sua própria academia. O cara foi além...criou a maior academia da américa latina.
Bem, se já é difícil começar uma atividade como o Kung Fu, imagine recomeçar. Pois foi o que aconteceu comigo. Estou recomeçando, com muita coragem e bom humor. Mas é difícil. Deixei os treinos ainda grávida, com 7 meses de gestação pra descansar e estou voltanto agora, depois dos 4 meses de idade de meu filho. Pra quem não fez a conta isso são 6 meses de sofá e mamadeiras. Mas eu aprendi aqui mesmo que aquilo que é fácil não tem graça, pelo contrário, sábio o ditado que diz que “o que vem fácil vai fácil”.
O que facilita muito é o carinho dos colegas que me viram gravidíssima e agora me acompanham retomando os treinos. O primeiro rolamento depois de um ano é inesquecível. Sim, porque a barriga não permitia tal façanha e desde o começo da gravidez eu não fazia rolamentos. Era abaixar pra mostrar a posição pra um aluno e lá vinha alguém gritando: Ô barriguda...você não!!! Mas enfim, foram tantos os mimos que eu sinto saudades do meu barrigão.
Acho que eu “maternizei” um pouco a TSKF. Foi uma época maravilhosa, de quebra de paradigmas, onde aparecemos na TV, fomos personagens de revistas e reportagens, a TSKF se mostrou uma academia para todos, em todos os sentidos, o kung fu deixou de ser somente para “Bruce Lees”. Foi uma alegria enorme fazer parte disso, num momento tão importante da minha vida.
Espero corresponder às expectativas nessa volta, principalmente às minhas, que são grandes. Mas isso eu deixo pro futuro, por enquanto eu quero correr atrás de minhas metas. Lá na frente eu vou olhar pra trás e ver se consegui, por enquanto eu quero treinar e pagar o preço, por que é assim que se concretizam os grandes feitos. Seria extremamente fácil ficar em casa dizendo pra mim mesmo que voltar a treinar seria perda de tempo e egoísmo, me consumindo de culpa por não estar com meu filho. Como eu disse antes, o que vem fácil, vai fácil e logo o ócio viria me cobrar o seu preço.
É claro que em primeiro lugar eu agradeço pela ótima saúde de meu filho, o que me permite voltar aos treinos, coisa que o Universo me proporcionou.
Então, já que você chegou até aqui, existem duas vertentes: ou não tem mais o que fazer ou gostou do que eu escrevi e se essa última alternativa se fez presente, não deixe que o comodismo tire você do caminho certo. Risque o “não dá” da sua vida. Pelo menos tente.
Trace uma meta, dê o primeiro passo e deixe que o universo faça o resto. Isso costuma ser bem eficiente.
Um abraço.
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