Observando a primeira reunião do Demo Team, pude ver algo que considero extraordinário: a culpa dos pais no bom andamento dos filhos nas coisas que querem e gostam de fazer.
Mas vale uma explicação do motivo de usar a palavra “culpa” e não “mérito”. Acredito que em nossa sociedade a palavra “culpa” tenha um peso extremamente forte, talvez até mais forte do que “mérito”. Quando um fulano consegue uma promoção no trabalho, ou entra na faculdade que deseja depois de provas difíceis, de quem a culpa? Do fulano que trabalhou e batalhou para isso. Mas e se existe a falha? Culpa do fulano, do mesmo jeito.
Quando uso o termo “culpa” é o mesmo que dizer que o Sucesso ou o Fracasso de uma pessoa em determinada ação é atribuído apenas a ela e ninguém mais.
Mas voltando à questão dos pais, já vi diversos casos onde o filhos gosta de treinar Kung Fu, cumpre suas responsabilidades de acordo (escola, família, etc.) e ainda assim o pai/mãe decide não levar o filho para a academia. Já vi desculpas dos pais do tipo “ah, estou muito cansado”, “ontem trabalhei até tarde”. Vi inclusive algumas que considero um verdadeiro crime: “não estou levando meu filho na academia, pois ele está doente”. O duro é ver a criança em questão brincando na frente de casa, debaixo de sol. Doenças estranhas essas de nosso tempo...
Por outro lado vejo pais e mães que apoiam os filhos na academia. São exemplos de formadores de futuros vencedores. Mesmo cansados ou após reuniões intermináveis, encontram tempo para levar o filho na academia. Trabalhou até tarde hoje e saiu do trabalho após as 22h00? No dia seguinte, encontra uma forma de levar o filho para compensar a aula perdida. Já vi pais cochilando após uma longa jornada de trabalho na secretaria da Mooca com uma aula rolando solta e me sentia privilegiado por poder ensinar o nosso Kung Fu ao seu filho. Quando o filho desanima para os treinos, lá estão os pais para “puxar a orelha”, mas orientando e não obrigando o filho a treinar. Eles usam o compromisso com a academia como pano de fundo para explicar sobre Responsabilidade, Determinação e Objetivos. Incentivam, torcem, tiram fotos de treinos, perguntam sobre o desempenho, participam dos eventos, enfim, tornam-se parte ativas do processo de formação marcial dos filhos, sem desrespeitar a jornada do rebento em suas descobertas e desafios.
Claro que isso não garante o “sucesso” do filho no Kung Fu (seja lá o que sucesso signifique para cada um), mas mostra que, no que depender destes pais, o sucesso dos filhos está garantido.
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