Estava eu vendo o GP da China (gravado e não ao vivo...não parece, mas eu durmo) neste domingo, quando observei um fato curioso na narração do Galvão Bueno. Claro, não vou aqui me deter em eventuais gafes, já que não é o objetivo do post.
O Galvão, durante a transmissão, comentou sobre a atuação do Bruno senna, piloto estreante na categoria, assim como a sua equipe, a Hispania (ou HRT). Para quem não sabe, o Bruno é sobrinho do Ayrton Senna e tem uma bela história de superação e vitória sobre traumas em sua família, que o permitiram chegar na F-1. Ela ainda não provou seu valor totalmente. Isso é muito natural, já que ele mal tem quatro corridas no currículo, sua equipe não tem nome e nem tradição na F-1, apesar de receber apoio de empresas renomadas como a Dallara (que faz o chassi) e a Cosworth (que faz o motor).
Do outro lado, temos Lewis Hamilton. Desde os seus 10 anos de idade ele está sob contrato com a McLaren, uma das mais tradicionais equipes do automobilismo. Toda a evolução de sua carreira foi cuidadosamente planejada por Anthony Hamilton, seu pai e Ron Dennis, o chefão da McLaren. F-3, GP2 (categorias de base) com resultados excelentes e, finalmente, a F-1. A própria McLaren em si é um ícone do automobilismo, seus carros antigamente laranjas e hoje prateados somam vitórias e titulos, nos últimos anos com o finlandês Mika Hakkinen e o próprio Lewis Hamilton.
Ok, ok, até aqui foi meio papo de fã de F-1. Mas o resumo dos nossos personagens é: de um lado, um narrador. Um crítico/demonstrador/especialista que nunca pilotou nada na vida, mas ganha a vida CONTANDO sobre um esporte.
À esquerda do narrador está o piloto estreante na equipe estreante. Ambos novatos, pequenos e sem expressividade em um mundo muito específico e diferente de todo o resto, chamado F-1. Para eles o narrador tem palavras amenas, mais de incentivo e quase dicas do que deveriam fazer. São os "coitadinhos", as "queridinhas" do grid. Merecem e precisam de proteção. Praticamente não erram, apenas cometem deslizes típicos dos pequenos neste mundo duro e cruel. Deslizes do tipo quebrar o regulamento e ajustar um câmbio sabendo que isso era proibido sem a presença de um fiscal.
À direita do narrador está o jovem campeão, posicionado na equipe grande. Para este grupo, as palavras já são mais duras. Se o piloto é agressivo, busca ultrapassagens, é "arrojado". Se comete alguma falha, diz que "pagou pelo excesso de arrojo". Se ocorre qualquer falha mecânica, a equipe
está "sentindo a pressão", ou comentendo um "erro imperdoável" de estratégia. Resumindo, qualquer deslize precisa e merece uma crítica. Qualquer acerto ou conquista é normal.
Imagino que o leitor está se perguntando agora: tá Danillo, e daí? Bem, é simples: troque o Galvão pelo nome do fake do momento que você já viu no orkut, em alguma comunidade. Troque o (Bruno) Senna por qualquer academia pequena e/ou pouco conhecida e troque, por fim, o Hamilton pela TSKF. Agora você tem o quadro completo do que eu quero dizer.
Antes que os leitores de fora da TSKF mandem me espancar, não estou dizendo que uma academia pequena ou pouco conhecida não pode ter sucesso ou se tornar grande (pelo contrário). Mas resolvi aqui abordar uma visão da coisa. Outras visões existem e podem ser feitas também.
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