
Revolvi hoje abordar a prática do calejamento. Antes de iniciar devemos entender um pouco mais sobre as estruturas do nosso esqueleto, do que ele é formado e quais suas transformações ao longo da vida.
Muita gente ainda acha que nossos ossos são um tecido morto, um maciço de cálcio que nos acompanha do nascimento até a morte. Na verdade, o esqueleto, assim como os outros órgãos, possui vascularização e enervação, ou seja, é irrigado por sangue e repleto de nervos. Ora, agora podemos entender porque dói tanto quebrar um osso.
Por ser um tecido vivo que constantemente sofre modificações, é na alimentação que obtemos minerais suficientes para supri-lo. A todo o momento células ósseas morrem, e outras são construídas em seu lugar.
Nos ossos longos de corpo (por exemplo, os ossos do braço, ante-braço, coxa e perna) existem membranas que são responsáveis pela construção dessas novas células. O endósteo, que reveste o osso por dentro da cavidade medular, e o periósteo, que reveste o osso na parte externa.
No estudo da anatomia e fisiologia, costuma-se dizer que nosso corpo tem capa

Quando realizamos um calejamento, batendo um membro ao outro, ou um objeto ao membro, estamos alterando a função daquele osso específico, pois não estava em sua função original suportar um golpe com tal direção e força com naturalidade. Quando isso acontece, certamente, pelo estudo da morfofuncionalidade, a forma do osso irá se adaptar à nova demanda. Podemos observar que depois do calejamento, a parte golpeada apresenta uma proeminência macia e dolorida, algumas vezes de cor arroxeada (hematoma).
Por que isso acontece? Simples. O golpe aplicado danifica o periósteo (revestimento do osso) e outros tecidos adjacentes daquela região, causando uma pequena inflamação regada a um líquido altamente osteogênico (que tem a capacidade de mineralizar e originar tecido ósseo). Por isso que logo depois do calejamento sentimos a tal pro

Com o tempo, este líquido promoverá além da cicatrização do periósteo, uma calcificação local na proeminência gerada pelo golpe. Agora a parte anteriormente calejada, está preparada para novos golpes no futuro.
Porém este “calo” construído não é vascularizado assim como é a formação original do osso, por isso depois de um tempo ele desaparece, caso não seja re-estimulado.
O difícil é saber a força exata a ser aplicada no calejamento, pois intensidade em excesso pode machucar o tecido além do esperado, e a inflamação pode ficar séria. Uma grande inflamação, além de não criar a proeminência típica do calejamento, exige muito de nosso sistema imunológico, nos deixando suscetíveis à outras debilidades.
Sandro Conte Febras